sábado, 18 de julho de 2009

Imaginário suicida



Vejo minha cabeça rolando pela Avenida Brasil
Escarlateando o asfalto
Espalhando a violência de um corpovazio
Uma tinta que não é permanente
Evapora como eu
Poeira de rodovia
E poeira já não sente
Só se abriga
Entre as carnes expostas do mundo que não me quis
Não acho que vou, sujo o sujo de mim
Mas não penso - só inexisto de matéria
Convivendo com o mesmo não que antecede o nascer
Do mundo viro uma pulsante artéria
Bombeando um pedido em sobressalto
De ser uno com o nada ao invés de um tudo amargo
E essa poesia na janela do teu carro
Nunca mais escrever


"I'll hit the bottom... and escape."

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