Não é poesia. Porque eu estou literal. Então não adianta querer soar rebuscado, eu no máximo posso citar outra pessoa e distorcer os seus dizeres ao fazê-los deles os meus próprios.
Meus sentimentos, meus atestados, meus medos e desejos e saudades. Aquela tal de ausência em si. Você, a tal deusa de outros tempos, brincando de céu nessa terra de concretudes.
Então que posso dizer mais que te amo, se amo bem como o amor ama, e se quero mais que tudo dizer e dizer que te amo? É, te amo.
É concreto na cabeça.
Só que esse não pesa... me deixa leve.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Eu juro pra você
Sou sincero. Acima de tudo comigo mesmo. Natural. Surpreende a minha cabeça todo aquele que não aceita.
Só isso. Uma constatação solitária pra fechar a noite.
Só isso. Uma constatação solitária pra fechar a noite.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Crônica de sempre, poesia futura
Crônica
"O processo da criação narrativa é a transformação do demônio em tema." Obrigado, Vargas Llosa, pelo gatilho puxado. Quero ver aonde essa bala vai chegar...
Pois que não é esse mesmo meu companheiro de todas as horas versadas, o crônico das crônicas, os romances não escritos no papel? My fire, my hell. O que me impulsiona, seja no real ou no pedido em negrito do que escrevo, é o demônio do viver insatisfeito e o anjo que implacavelmente se emociona. Quando tô correndo em verso - bons calçados pr'esse chão pedregoso - juro que evito metaforizar. Mas às vezes não há como evitar ser lido assim, mesmo sabendo que eu lido com algo concreto. Pra mim. O meu fenômeno é uma onda, que de ontem pra hoje cresceu e me presenteou com um caixote. Juro que me surpreendi. A tal onda me enxarcou todo, me deixou tonto, pontuou uma adorada vírgula, eu ensopado dela - areia pelo corpo - e ainda quente. O meu olhar não mente: delata-me.
Então esse exercício aqui é exorcismo. Porque me veem hiperbólico e eu tô mais eufemismo. Eu sei muito bem o que sinto - enquanto eu não sentir mais. E o demônio tá liberto. É certo que a concretude tá na ausência. Olho e não há. Respiro e vem um cheiro. Reprise: eu sou dado a ter cheiros.
Dado me lembra que eu não tenho sorte. Um conjunto de eventos deprecia minhas apostas e números bons estão aos ventos. Lufadas de ares que me alvejam mais como o deus da guerra do que a deusa do amor. Fosse da paixão, eu já aceitaria melhor. Mas insatisfeito, tenho o peso da ausência. Haja paciência. E eu até tenho. Então espero meu demônio malandro - que não se contenta com essa crônica para mim mesmo - se aquietar.
Vai passar.
Enquanto isso, tem chocolate, capuccino, o maldito cigarro e uma velha bossa nova novamente à toa.
Se eu continuar escrevendo, vou me deparar com o tártaro ao invés desse batedor e seu rastro chamuscado. Ponto.
Pra quem?
PoesiaEu acho sábio amar até se ardeRogo penso muito de manhãQue tardeMas chegue em outro amanhãComeça com o fim do não iniciadoAnunciado o engarrafamentoEncenadoEnquadradado no crime do quererEu juro pra vocêQue sincero é o coração perdidoQue não joga a toalhaEnxerga o fechamentoE se amacia na malha do realDescobrimentoEu sou descobertoPor isso adoeçoO frio me envolve todoMas quando esquentoTe dou caneta papel sangue e tempoTalvez você respireTe deixo até sair do quartoPro fogo justificadoQue só vai ficar gravado em você
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